Da Redação
De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), 362.801 estudantes, de 563 escolas públicas, já acessam Internet banda larga nas unidades escolares do Rio Grande do Norte.
Porém, na prática, a realidade está bem diferente do que se pensa lá em Brasília (DF).
A verdade é que na maioria das escolas públicas os alunos não conseguem acessar internet e por vários motivos.
Em algumas escolas, a Internet chegou, mas não existem computadores; em outras, existem os computadores, mas a Internet não funciona; em outros casos; a Internet já foi instalada, os computadores já foram entregues, mas as escolas não têm uma sala para instalar o laboratório de informática.
Na Escola Estadual Tenente Coronel José Correio, em Assú, por exemplo, a sala está pronta, os computadores estão à disposição dos alunos e da comunidade escolar, mas a Internet não funciona.
Segundo a supervisora da escola, os técnicos da Positivo, empresa responsável pela instalação dos computadores, ficaram de voltar, mas "até o momento não deram as caras".
No município de Upanema, três escolas já deveriam contar com a Internet, mas nenhuma das três oferece o serviço a seus estudantes com excelência.
A situação melhor é encontrada na Escola Estadual José Calazans Freire, onde o laboratório está montado e a internet já está instalada. O problema é que a maior parte dos computadores não está funcionando. De acordo com a vice-diretora do Calazans, Leonildes Sobral Dantas, o problema é no roteador que não está funcionando. "A escola já conta com internet banda larga há quase um ano", declarou.
Na Escola Municipal Professora Maria Goreti de Carvalho Macedo se constata um verdadeiro desperdício. Os 18 computadores do programa e outros equipamentos (como uma impressora a laser) ainda estão em suas caixas em uma sala que virou depósito.
O diretor da escola, Francisco Severino da Silva, informou que a Positivo deixou os computadores, mas esqueceu de deixar o modem, equipamento que fornece Internet aos computadores. "Acho que eles se enganaram e deixaram um computador a mais no lugar do modem", explicou, referindo-se ao fato de a escola ter direito a 17 computadores e a empresa ter deixado 18.
Severino lamentou a situação: "é um grande desperdício esses computadores parados aqui nessa sala. Não podemos usar nem mesmo a impressora para imprimir as provas dos estudantes porque os técnicos da empresa informaram que se a gente usar o equipamento perde a garantia".
A Escola Estadual Professor Alfredo Simonetti vive situação oposta. Lá, a Internet já está funcionando, mas não existem computadores para os estudantes acessá-la.
O único computador que existe na escola está quebrado e para fazer uso da Internet os professores usam notebooks.
A vice-diretora do Alfredo Simonetti, Ana Cléia Sobral, disse que a empresa que instalou a internet não justificou a ausência dos computadores. "Mesmo que a gente tivesse recebido todos os aparelhos, não teríamos onde instalá-los", observou Ana, referindo-se à falta de salas na escola.
As constatações feitas nas escolas visitadas de Assú e Upanema mostram que os estudantes potiguares continuam excluídos do mundo digital, apesar do poder público dizer o contrário
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