quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sarney atribui 106 atos secretos a Garibaldi

Diário de Natal.
Em pronunciamento realizado ontem na tribuna do Senado Federal, no qual reafirmou que não vai renunciar à presidência da Casa, o senador José Sarney (PMDB) apresentou números de atos secretos nos últimos 14 anos e responsabilizou a gestão do parlamentar Garibaldi Alves Filho (PMDB), compreendida entre os anos de 2007 e 2009, pela edição de 106 desses atos. O número faz do mandato do potiguar o segundo entre os dos ex-presidentes da alta câmara do Congresso Nacional com mais boletins não publicados, ficando atrás apenas da administração de Renan Calheiros (PMDB).
De acordo com a assessoria de comunicação de Garibaldi, dos 106 atos secretos citados por Sarney, apenas 42 foram assinados pelo senador, enquanto que os outros 64 partiram de membros da Mesa Diretora e dos próprios diretores, com autonomia suficiente para usarem a caneta. Sobre os boletins não publicados editados pelo potiguar, a assessoria informou que eles já foram explicados anteriormente e tratam de assuntos corriqueiros, sem grande importância.
Durante o pronunciamento, Sarney disse que a pressão de partidos e senadores não iriam fazê-lo deixar a cadeira. No discurso, o presidente da Casa, disse que "nenhum parlamentar é maior que o outro" e, por isso, não podem pedir a sua renúncia. O peemedebista também comentou sobre as representações e denúncias apresentadas ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado contra ele. Segundo o senador, há decisões judiciais que proíbem a abertura de processos no corpo deliberativo com base em denúncias publicadas pela imprensa. O presidente disse ainda que, assim como explicou a assessoria de Garibaldi, ele não foi responsável por todos os atos secretos descobertos pela administração do Senado, ao contrário do que foi noticiado nacionalmente.
Na tentativa de amenizar a pressão, Sarney apostou no comparativo dos números de boletins não publicados nos últimos 14 anos. Na primeira vez que respondeu pela presidência da Casa, em 1995, ele disse que apenas um ato secreto foi assinado. Já na segunda administração, o número subiu para 33. Nas duas gestões de Calheiros, foram 229. Já durante a presidência de Garibaldi, 106. Desde que o peemedebista voltou a ocupar a cadeira pela terceira vez, em fevereiro de 2009, nove boletins foram emitidos por Sarney sozinho e em conjunto com a mesa.

Nenhum comentário: