segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Professores do estado cruzam os braços por dois dias

Professores e funcionários da rede estadual de Ensino devem paralisar suas atividades durante os próximos dois dias, terça e quarta-feira. É o que prevê o Sindicato dos Trabalhadores em Educacão do Rio Grande do Norte (Sinte-RN), caso não seja apresentada uma proposta satisfatória na audiência marcada entre a categoria e o Governo do Estado, na noite desta segunda-feira, às 19h, no Palácio da Cultura.

A falta de atendimento à pauta, segundo a coordenadora-geral do Sinte-RN, Fátima Cardoso, é a motivação central para o movimento. A primeira reivindicação é a questão salarial. "Nossa proposta de reposição [39%], que não é de hoje, vem exatamente ao encontro da realidade do novo piso", afirma a coordenadora. "Os estados não estão proibidos de pagá-lo ainda em 2008. E nós acreditamos que o RN já tem condições de atender parte dessa reivindicação", continua.

O segundo item da pauta é a "questão funcional", como define Fátima Cardoso. "Temos 45 mil processos empilhados na Secretaria de Educação. Destes, 18 mil referem-se a promoções de carreira horizontal e vertical. Isso é muito prejuízo para a categoria. Para se ter uma idéia, alguns processos datam de 1995", reclama a coordenadora. O terceiro ponto de reivindicação é a ampliação do Plano de Carreiras para os funcionários da rede estadual de Ensino.

Por último, Fátima Cardoso cita a necessidade de convocação imediata dos cerca de 3.500 aprovados no concurso da Educação, que deve vencer ainda este ano. "Temos aproximadamente 3.000 estagiários em sala de aula, hoje, e esse pessoal do processo seletivo para ser convocado. Não desmerecendo o estudante universitário, mas sabemos que quem passou no concurso está mais qualificado para exercer a função, naturalmente", afirma.

Os professores e funcionários que aderirem à paralisação irão acampar nesta terça-feira, durante todo o dia, em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação, no Centro Administrativo. Na quarta-feira, caso não seja apresentada uma proposta satisfatória na audiência desta noite, a categoria acampará em frente ao Palácio da Cultura. "Esperamos que o Governo assuma essa pauta como uma prioridade", diz Fátima Cardoso.

"A educação é o maior benefício da sociedade moderna. A classe, portanto, exige qualificação e qualidade. Uma má remuneração e condições de trabalho precárias compremetem o bom desempenho do profissional ligado à área do ensino", finaliza a coordenadora-geral do Sinte-RN.
Gabriela Olivar
DN Online

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