Reflexão sobre o momento político de Upanema

Passadas as nomeações e posses dos novos eleitos em Upanema, dirijo-me a este blog para expressar a minha reflexão acerca do momento.
Como se sabe, o PT foi convidado na época pelo prefeito Jorge Luiz para indicar o vice na chapa da situação encabeçada pela prefeita atual Maristela. Fizemos, dentro do partido, tudo conforme as regras estatutárias (quando há mais de um concorrente faz-se eleição interna e obviamente o mais bem votado é o indicado). Propuseram-se três militantes para a vaga de vice. Eu, Zé Carlos e Paulino Neto (estou citando nomes porque estes mesmos foram autores de um documento intitulado nota de repúdio ao processo que me escolheu como candidata). Como eles sabiam que não teriam nenhuma chance de vitória dentro do partido, retiraram os nomes e eu, pré-candidata única, fui escolhida pelo partido para a vaga de vice-prefeita. Ao mesmo tempo desse episódio, havia uma disputa no bloco situacionista pela indicação do nome para a vaga de prefeito entre Maristela e Manezinho. Não é necessário relembrarmos mais isso, pois são águas passadas.
O que pretendo aqui é fazer a seguinte análise:
Em política a ingenuidade não tem vez. Um bom exemplo disso é a história de Lula que só conseguiu se eleger presidente após três derrotas e doze anos após a primeira tentativa.
Algumas pessoas que se mostraram antiéticas, egoístas e individualistas, foram escolhidas para trabalharem na nova administração. Por estas pessoas que hoje são secretários, por várias vezes fomos procurados (eu e o PT) para compactuarmos com manobras para vetar o nome de Maristela como pré-candidata.
Dentro do PT as mesmas pessoas já citadas aqui e mais alguns “obedientes” fizeram uns arranjos onde cada um deles saísse com algum poder. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais tudo fez para se manter em mais uma temporada no poder, reelegendo ele e outros membros que foram contra a minha escolha.
Zé Carlos foi sem autorização do partido trocar a vaga de vice pelo seu nome para a secretaria de agricultura. Ele não é secretário indicado pelo PT, pois esta discussão nunca passou pelos filiados do partido. Será que alguém viu algum petista comemorando a sua escolha no bar do Nil ao som de Chico Buarque ou gritando palavras de ordem? (Vide nota de repúdio).
Durante ainda a articulação com o PT para a indicação do nome pra vice, por muitas vezes me foram feitas várias propostas para que eu “vendesse” a vaga por outro cargo. Inclusive chegaram à audácia de me proporem o salário de vice-prefeita em outro cargo administrativo. Como sou e sempre serei uma pessoa de ética e princípios, não hesitei em nenhum momento em continuar defendendo uma decisão do PT que foi a de indicar o nome de vice. Tanto o grupo da situação quanto o da oposição ofereceram ao PT várias secretarias e tínhamos recusado porque decidimos em inúmeras reuniões que a coligação só seria feita com a vaga de vice.
Mas, tudo passado, todos empossados, reencontrei a prefeita eleita e lhe desejei de coração e com toda a minha sinceridade que a mesma faça uma boa administração. Porém, fico a questionar: Será que a política é tão desacreditada por que sempre se dá bem quem não tem ética e nem vergonha? Será que esse quadro de secretários é realmente o que Upanema está precisando? E mais, quando é que realmente seremos reconhecidos por nossa competência (eu, você e a maioria dos upanemenses)?
Feitas as minhas considerações sem mágoas ou ressentimentos, estou, assim como todos os conterrâneos, torcendo por uma boa administração da prefeita Maristela. Quiçá ela tenha maturidade para lidar com essas pessoas que parecem mais preocupadas em estarem num cargo de poder do que em fazer algo em prol do próximo.



Naide Fernandes
Cidadã Upanemense
Membro da Executiva Municipal do PT